quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Caso Freeport-Ingleses incluem Socrates na Investigação


Ingleses incluem Sócrates na investigação
Caso Freeport
As autoridades britânicas pediram a Portugal diligências para apurar se José Sócrates "facilitou, pediu ou recebeu" dinheiro para licenciar o Freeport.
Uma carta rogatória, de acordo com o noticiado ontem pela TVI, enviada pelas autoridades britânicas à Procuradoria-geral da República diz que José Sócrates se reuniu, em Janeiro de 2002, com três representantes do Freeport, suspeitando os investigadores ingleses de que o actual primeiro-ministro "facilitou, pediu ou recebeu" dinheiro para licenciar o projecto.
Neste documento, que chegou a Portugal no 07 de Dezembro, ainda segundo o canal televisivo, as autoridades inglesas dizem que José Sócrates se reuniu com Sean Collidge, presidente da Freeport, e com Charles Smith e Manuel Pedro, sócios de uma empresa contratada para licenciar o centro comercial de Alcochete.
Pagamentos efectuados
Com base na carta rogatória inglesa, a TVI adiantou ainda que já depois de o centro comercial ter sido aprovado, foram efectuados três ou quatro pagamentos de 50 mil libras (54 mil euros) à consultora Smith & Pedro, tendo sido retirada uma quantia para uma série de pagamentos "em numerário" a um primo de José Sócrates.
Para além disso, um "escritório de advogados ligado ao antigo ministro do Ambiente" terá também recebido cinco milhões de libras (5,4 milhões de euros), relatou a estação de televisão.
A polícia britânica apontará ainda como suspeitos Manuel Pedro, Charles Smith, o ex-vice-presidente do Instituto da Conservação da Natureza José Marques e Carlos Cabral, engenheiro da consultora.
Também na noite passada, a SIC, citando a revista Visão que sairá quinta-feira, avançou que José Sócrates terá "solicitado, recebido ou facilitado pagamentos" no âmbito do licenciamento do Freeport, segundo a mesma carta rogatória.
MP disse não haver indícios de envolvimento
A 10 e 17 de Janeiro, o Ministério Público emitiu comunicados a esclarecer que, até àquele momento, não havia indícios do envolvimento de qualquer ministro português, do actual governo ou de anteriores, em eventuais crimes de corrupção relacionados como o caso.
No fim-de-semana passado, aos jornalistas, Charles Smith - sócio da consultora contratada para conseguir o licenciamento do Freeport - decalrou que nunca se reuniu com José Sócrates, na altura ministro do Ambiente, mas que havia estado no Ministério do Ambiente com várias pessoas.
Também no fim-de-semana passado, o primeiro-ministro garantiu que participou apenas numa reunião relacionada com o empreendimento Freeport, a pedido da Câmara Municipal de Alcochete, que teve como único objectivo "a apresentação das exigências ambientais que tinham levado ao chumbo do projecto".
O processo relativo ao espaço comercial do Freeport de Alcochete está relacionado com suspeitas de corrupção na alteração à Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPET) decidida três dias antes das eleições legislativas de 2002 através de um decreto-lei.